As
chamadas grandes potências do mundo atual, como Alemanha; Japão; China; França,
Estados Unidos e outras, se desenvolveram através da chamada “revolução
cultural”, compreendendo os investimentos na educação e na cultura. Quem não se
lembra do Japão devastado por uma guerra na década de 40 e que, em pouco tempo
depois, encantava o mundo com seus grandes feitos tecnológicos, industriais e
científicos. E o que dizer da Alemanha, também devastada pela mesma guerra, mas
que em sua parte ocidental se reergueu em poucas décadas, sobrando recursos,
inclusive, para a parte oriental, também sair do marasmo em que ficou após a
divisão daquele país, felizmente, anos depois, reagrupado. A história está aí
para comprovar o quanto foi importante investir na educação. Ao contrário de
outros países que insistiram, e ainda insistem, nas guerras, na medição de
forças, no confronto e que veem suas populações, a cada dia que passa, se
perdendo no tempo e no espaço.
Assim sendo, fica mais do que claro que sem um
projeto educacional de qualidade país nenhum se desenvolve. E um projeto como
esse, passa, obrigatoriamente, por investimentos maciços na formação, na
capacitação e na remuneração dos professores. O que, infelizmente, não tem sido
visto por aqui. Para os governos que se sucedem no Brasil, gastar com educação
é considerado despesa. Para os países que se desenvolveram, este gasto
significou, e significa, investimento. Não adianta querer exigir do professor
que ele ministre uma aula de qualidade, quando, em casa, ele passa por
dificuldades até para a manutenção básica. Que dirá comprar bons livros; fazer
cursos de pós-graduação; mestrado; tirar férias, viajar com a família e outras
necessidades que não lhes é possível atender. Os governos do Brasil (Federal,
estaduais e municipais) não enxergam isso. E, quem paga é a sociedade que vê os
filhos frequentarem a escola e não aprenderem quase nada. Ou, nada.
No dia
15 passado, celebrou-se o Dia do Professor no Brasil. Na verdade, eles teriam
motivos para comemorar? A maioria, certamente que não. Por esse País afora,
ainda tem professor que ganha menos de um salário mínimo por mês, dando aulas
debaixo de árvores, em prédios caindo aos pedaços, com alunos sem material
didático e sem qualquer motivação para aprender. E, não adianta a justificativa
de que “já foi muito pior”. No caso da educação, parece que não cola. Afinal de
contas, se voltarmos algumas décadas na história, veremos professores
respeitados pela comunidade; escolas funcionais; alunos interessados; ambientes
sem crimes; sem drogas, sem imperfeições. E, naquele tempo, aluno sabia cantar
os hinos cívicos, chamava os professores de “senhor” e “senhora” e quando
concluía o antigo Ginásio, podia ir trabalhar em qualquer empresa, inclusive
nos bancos, que dava conta do recado. Quem seguia para o curso Científico e
similares, não precisava de cursinho para entrar na faculdade. Aliás, eles nem
existiam. As normalistas iam direto para as salas de aulas trabalharem na
educação das crianças. E, realmente, educavam e instruíam. Quem se formava
doutor, era doutor mesmo. Advogados; médicos, engenheiros, saiam da escola e
começavam a trabalhar, sem a necessidade de estágios e cursos complementares,
dos muitos que existem por aí. É a pura verdade, embora alguns
não concordem.
Artigo
de Opinião - Vander Lúcio Barbosa (Jornal Contexto - Anápolis - GO)