sexta-feira, outubro 21, 2011


Professor: Pouco, ou nada a comemorar?


As chamadas grandes potências do mundo atual, como Alemanha; Japão; China; França, Estados Unidos e outras, se desenvolveram através da chamada “revolução cultural”, compreendendo os investimentos na educação e na cultura. Quem não se lembra do Japão devastado por uma guerra na década de 40 e que, em pouco tempo depois, encantava o mundo com seus grandes feitos tecnológicos, industriais e científicos. E o que dizer da Alemanha, também devastada pela mesma guerra, mas que em sua parte ocidental se reergueu em poucas décadas, sobrando recursos, inclusive, para a parte oriental, também sair do marasmo em que ficou após a divisão daquele país, felizmente, anos depois, reagrupado. A história está aí para comprovar o quanto foi importante investir na educação. Ao contrário de outros países que insistiram, e ainda insistem, nas guerras, na medição de forças, no confronto e que veem suas populações, a cada dia que passa, se perdendo no tempo e no espaço.

Assim sendo, fica mais do que claro que sem um projeto educacional de qualidade país nenhum se desenvolve. E um projeto como esse, passa, obrigatoriamente, por investimentos maciços na formação, na capacitação e na remuneração dos professores. O que, infelizmente, não tem sido visto por aqui. Para os governos que se sucedem no Brasil, gastar com educação é considerado despesa. Para os países que se desenvolveram, este gasto significou, e significa, investimento. Não adianta querer exigir do professor que ele ministre uma aula de qualidade, quando, em casa, ele passa por dificuldades até para a manutenção básica. Que dirá comprar bons livros; fazer cursos de pós-graduação; mestrado; tirar férias, viajar com a família e outras necessidades que não lhes é possível atender. Os governos do Brasil (Federal, estaduais e municipais) não enxergam isso. E, quem paga é a sociedade que vê os filhos frequentarem a escola e não aprenderem quase nada. Ou, nada. 

No dia 15 passado, celebrou-se o Dia do Professor no Brasil. Na verdade, eles teriam motivos para comemorar? A maioria, certamente que não. Por esse País afora, ainda tem professor que ganha menos de um salário mínimo por mês, dando aulas debaixo de árvores, em prédios caindo aos pedaços, com alunos sem material didático e sem qualquer motivação para aprender. E, não adianta a justificativa de que “já foi muito pior”. No caso da educação, parece que não cola. Afinal de contas, se voltarmos algumas décadas na história, veremos professores respeitados pela comunidade; escolas funcionais; alunos interessados; ambientes sem crimes; sem drogas, sem imperfeições. E, naquele tempo, aluno sabia cantar os hinos cívicos, chamava os professores de “senhor” e “senhora” e quando concluía o antigo Ginásio, podia ir trabalhar em qualquer empresa, inclusive nos bancos, que dava conta do recado. Quem seguia para o curso Científico e similares, não precisava de cursinho para entrar na faculdade. Aliás, eles nem existiam. As normalistas iam direto para as salas de aulas trabalharem na educação das crianças. E, realmente, educavam e instruíam. Quem se formava doutor, era doutor mesmo. Advogados; médicos, engenheiros, saiam da escola e começavam a trabalhar, sem a necessidade de estágios e cursos complementares, dos muitos que existem por aí. É a pura verdade, embora alguns não concordem.

Artigo de Opinião - Vander Lúcio Barbosa (Jornal Contexto - Anápolis - GO)

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